BES/GES. Começa o julgamento de um dos maiores processos da justiça portuguesa

por RTP

O processo que agora chega a julgamento tem 18 arguidos, em causa mais de 300 crimes, são 700 testemunhas e quase 1700 lesados. São mais de quatro mil páginas de acusação.

A Ricardo Salgado estão imputados um total de 62 crimes, entre eles o de associação criminosa, corrupção ativa ou burla qualificada. Seis anos de investigação levaram o Ministério Público a rotular Ricardo Salgado líder de uma associação criminosa.

O Ministério Público fez as contas e calcula que a derrocada do Grupo Espírito Santo causou 11,8 mil milhões de euros de prejuízos totais. Dez anos, depois chega a julgamento.

A primeira sessão do julgamento, cujo coletivo de juízes é presidido pela magistrada Helena Susano e constituído ainda pelos magistrados Bárbara Churro e Bruno Ferreira, está agendada para as 9h30 e, segundo a programação delineada num dos últimos despachos do tribunal, reservada somente para exposições introdutórias, que se prolongarão ainda para quarta-feira.

Face à dimensão do caso, que, além do Ministério Público (MP), inclui 18 arguidos e 120 assistentes representados por 58 mandatários (embora se desconheça ainda quantos vão usar da palavra), a juíza reservou o tempo máximo de 15 minutos por cada interveniente nestas exposições introdutórias, nas quais é suposto indicarem de forma sumária os factos que pretendem provar. No processo estão ainda 1.698 pessoas com estatuto de vítimas.

As declarações de arguidos, se existirem, e o início das audições de testemunhas estão apenas programadas para quinta-feira, começando pela reprodução da gravação do depoimento do comandante António Ricciardi.

O antigo presidente do Conselho Superior do GES morreu em 2022, mas o depoimento prestado ao MP na fase de inquérito, em 2015, terá a validade de prova testemunhal ao ser reproduzida em tribunal.

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